terça-feira, 19 de novembro de 2013


3ª sessão - dia 23 de novembro de 2013 - das 10h às 13h
Colégio Cantinho dos Amigos
Avenida José Afonso 59  2840-736 Arrentela
Contatos: 212 271 411       Site:http://www.ocantinhodosamigos.com
Excecionalmente  3 relatos de prática em simultâneo 
10h PLENARIO : A escrita e o tempo
 Podia, por exemplo, intitular o que me proponho “conviver” convosco, o tempo de aprendizagem da escrita na aprendizagem da escrita do tempo. No entanto fico nas palavras-chaves. Duas ideias com as quais lidamos diariamente na Escola. Profissionalmente damos mais pela escrita que pelo tempo. Contudo queria saber, se soube (sabemos) pensar no tempo que leva a escrita, no tempo que as crianças demoram a aprender a escrever, e quando já sabem escrever o tempo que demoram a fazê-lo.  Desde os Jardins de Infância até aos doutoramentos!
Foi por causa desta “demora inicial” nas aprendizagens que o regimento que vigorou até finais dos anos 70 do seculo passado foi alterado. As crianças iniciavam a escola: 4 classes (o Jardim de Infância era uma inexistência) que se sucediam e das quais se transitava (ou não) no final dos anos. Houve uma forma intermédia em que foram dados dois anos (existiam 2 fases) para as mesmas aprendizagens, para finalmente se atingir a “inteligência”, uma só fase, para as crianças aprenderem sem serem penalizadas… pela falta de tempo. Assim temos vivido, com alguns engulhos, mas sucesso comprovado.
Nunca sonhei que tamanha incompetência, desrespeito e ignorância por parte de quem neste momento administra a Educação em Portugal, impusesse uma regressão de 50 anos em conhecimentos e aquisições. Voltamos atrás pelas piores razões, e com piores consequências, tudo resumido numa palavra chave: exames!!!Luís Goucha (Lisboa)


11h - RELATOS DE PRATICAS - CRECHE - A Creche como um direito da criança
Na nossa escola são múltiplos os modos pelos quais assumimos a partilha como uma forma de estar:seja por uma semente transportada na palma de uma mão, seja nas folhas tenras de uma alface que partilhamos com a sala do lado.
E é ao viver num ambiente de grande riqueza cultural que diariamente "pomos as mãos na terra" e dela retiramos a raíz dos nutrientes essenciais para a vivência de valores democráticos.
Cabe assim ao adulto, de acordo com os princípios e valores do MEM, cultivar um clima de livre expressão, promovendo relações de parceria. Marta Botelho e Maria do Carmo Mendes (Lisboa)
 
11h - RELATOS DE PRATICAS -Matemática na Arte ou a Arte da Matemática
Com esta comunicação pretendemos relatar e refletir sobre o trabalho desenvolvido no âmbito da educação artística em duas salas de jardim de infância.
Aproveitando as oportunidades que a comunidade nos oferece e procurando ir ao encontro dos interesses das crianças, foram surgindo projetos em que a arte e a matemática se cruzaram.
Ao longo da comunicação iremos mostrar como estes projetos foram evoluindo e a forma como aa crianças foram desenvolvendo competências matemáticas através da arte. Helena Ferreira e  Paula Figueira (Setúbal)
 
 




11h -RELATOS DE PRATICAS - A escrita e o tempo

 
 

 
Relativamente ao tempo que demoram as aprendizagens, porquê querer que todos as façam ao mesmo tempo, dentro do mesmo período de tempo, limitadas, avaliadas e excluídas, por esse mesmo ”tempo” que nunca será igual para todos? A democracia na escola a tal obriga ao partir do princípio que com 6 anos as crianças começam uma corrida que vai durar doze anos até um fim. Fim que em si é nada. Aos seis anos a linha de partida nunca foi a mesma para todos e aí ruiu essa tosca  ideia “democrata” de escola. A mesma escola para todos não serve, não presta. Ao fim de quatro anos ou seis ou oito, examinar o que se aprendeu de programas (da treta), é uma nulidade pedagógica, e uma ineficácia total ao pretendido: avaliar os conhecimentos. E quem não foi capaz nesse tempo? Vai fazer o quê? As crianças não existem em teoria pedagógico-didáctica, são pessoas singulares, únicas, e para já, irrepetíveis…
Recolho alguns exemplos dos anos em que tentei interessar as crianças pela escrita, pela aprendizagem da escrita, nunca pelos manuais, onde já tinham garantido o insucesso nas salas de aula. Com algumas imagens que marcaram e alteraram a maneira de me relacionar (com as crianças e…) com a escrita ao longo do tempo (outro titulo possível) verei (veremos) se nos integramos e vivemos melhor com o tempo que nos foge, que temos medo de perder, em inutilidade de actividades. Só com um tempo realmente perdido nos permite deixar as crianças conquistar a aquisição da escrita. De encontrarem o prazer em escrever. De quererem escrever. Com a grande equação a pairar: para que é que eu escrevo? Para quem escrevo? Qual o sentido da minha escrita?
Toda a gente diz que hoje se escreve muito, muito mais que no passado, com o tempo que levo no meio da escrita, e apesar dela, não subscrevo. Escrever bjs, não é beijos, é bêjotaesse e isto é um quotidiano com que me confronto.
 Nunca nos devemos esquecer que somos os únicos animais que podem perder tempo, e que fazemos coisas inúteis, e que isso é que define a nossa inteligência e nos distingue dos outros seres com convivemos (às vezes tão mal) neste planeta. Luis Goucha (Lisboa)
 

 

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